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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Anastasia quer atacar as "Torres Gêmeas" mineiras


A repercussão na imprensa foi logo abafada! Um caso de tamanha importância mereceu apenas três parágrafos no Portal Uai. Claro, estamos falando do estado onde Anastasia não deixa publicar nada que seja prejudicial ao seu governo. Mas o acontecimento é real: desde o dia 20/09, 80 famílias que moravam nas chamadas "Torres Gêmeas" estão impedidas de retornar para suas casas. A Polícia Militar, comandada pelo governo mineiro, cercou o prédio e está equipada de forma desproporcional com armas de grosso calibre, cães, bombas, etc.

Para quem não sabe, as "Torres Gêmeas" são dois prédios idênticos, localizados no bairro Santa Tereza, que não tiveram suas obras concluídas. Diversas famílias que moravam nas ruas, ao saber do abandono dos edifícios, para lá se deslocaram. Moram lá há 14 anos.

Na semana passada, um pequeno incêndio que não afetou as estruturas dos prédios serviu de desculpa para a desocupação. Crianças estão sem banho, comendo mal e sem irem à escola. A Defesa Civil fornece apenas duas refeições ao dia. Não foram disponibilizados banheiros. Não há qualquer assistência à saúde dos desalojados. A situação é desoladora...

Esse povo tão sofrido que ali encontrou abrigo não pode sofrer por interesse de construtora ou proprietário que quer retomar um terreno para o qual nunca deram valor. É para isso que serve um governo que tenha olhar humano. Para interceder em favor da população que precisa, para cuidar das pessoas. Nem que, para isso, o Governo Estadual pague uma indenização pela desapropriação aos donos anteriores do terreno. Mas ao que parece, a visão de Anastasia nada tem de humana.

Em nota de apoio, as Brigadas Populares e a Pastoral de Rua lembram que o governo de Minas Gerais não constrói nenhuma casa em Belo Horizonte há mais de 15 anos. Além disso, ressaltam que, em 2005, foi aprovado projeto de reforma das "Torres Gêmeas" com observância de todas as normas técnicas de segurança, inclusive instalação de elevadores. Porém, apesar da aprovação do projeto pela CAIXA e liberação dos recursos pelo Governo Federal, nem a Prefeitura de Belo Horizonte e nem o Governo do Estado aceitou ser a garantidora do financiamento que seria de apenas R$ 18 mil por família, o que ficaria muito mais barato para os cofres públicos do que o reassentamento das famílias em novas unidades.

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